O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou nesta quarta-feira (31) uma nova tarifa de 50% sobre uma lista de produtos brasileiros, mas poupou setores estratégicos como mineração e energia. A medida, que constava em uma ordem executiva assinada pelo presidente, traz exceções importantes que já eram previstas pelo governo brasileiro e por representantes do setor mineral envolvidos diretamente nas negociações com Washington, segundo informações divulgadas pela CNN.
Entre os itens excluídos da tarifa mais alta estão diversos minérios de grande relevância para a economia brasileira, como ferro, estanho, ouro, prata e carvão. Também ficaram de fora da sobretaxa o petróleo e o gás natural, dois dos principais produtos da pauta energética do Brasil.
Além disso, a nova tarifa não será aplicada a tecnologias derivadas de minerais críticos, como baterias de níquel-cádmio e baterias de íons de lítio (lithium-ion). Esses itens são considerados estratégicos para os Estados Unidos por seu papel essencial na produção de equipamentos militares, veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia.
Para esses produtos específicos, seguirá valendo a tarifa de 10% anunciada em abril deste ano, o que representa um alívio para empresas exportadoras brasileiras e reforça a percepção de que a decisão teve forte componente geopolítico e técnico.
A exclusão dos setores mineral e energético foi recebida com alívio por autoridades e especialistas do setor. A avaliação geral é de que os Estados Unidos optaram por preservar cadeias de suprimento críticas, especialmente em um momento de disputa global por recursos estratégicos.
A nova política tarifária faz parte de uma série de ajustes promovidos por Trump com o objetivo de proteger a indústria americana e reposicionar o país em meio a uma crescente tensão comercial com diversos parceiros internacionais.