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PF apreende quadros na casa de dono da Petra Gold após venda ilegal de obras de arte retidas desde 2023

A 2ª fase da Operação Lóris, que vinha investigando a empresa Petra Gold por crimes financeiros e por lavagem de dinheiro.

21/05/2025 às 23h21
Por: REDAÇÃO MUNICÍPIOS EM AÇÃO Fonte: g1
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Reprodução
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A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quarta-feira (21) a 2ª fase da Operação Lóris, que vinha investigando a empresa Petra Gold por crimes financeiros e por lavagem de dinheiro.

Desta vez, a PF descobriu que ao menos 4 obras de arte que pertenciam a Eduardo Monteiro Wanderley — dono e CEO da firma — e que haviam sido apreendidas na 1ª etapa, em dezembro de 2023, foram vendidas irregularmente.

Naquela ocasião, a PF reteve 21 obras de arte, como parte dos R$ 300 milhões que a 8ª Vara Federal Criminal do Rio tinha mandado bloquear de Wanderley. No entanto, nenhum item foi retirado da casa dele: as peças seguiram com Wanderley, na condição de depositário fiel — com a “promessa” de que nada seria repassado a ninguém.

Com a descoberta do descumprimento dessa medida judicial, a PF obteve outro mandado de busca contra Wanderley e foi até a casa dele, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Pelo menos 7 telas foram apreendidas e ficarão com um novo depositário.

O que diz Wanderley

“Da totalidade de peças de obras de arte que o Sr. Eduardo Wanderley foi designado depositário fiel, constatou-se, em 13/09/2024, que 4 destes itens foram vendidos equivocadamente, o que foi informado imediatamente à Polícia Federal. Tal equívoco ocorreu em virtude de o proprietário possuir outras obras, sobre as quais não recaía qualquer restrição judicial.

O valor total da venda dessas 4 obras foi de R$ 10.060, através de leiloeiro oficial, também já comprovado nos autos.

Por fim, destaca-se que o Sr. Eduardo tem colaborado ativamente e permanece à disposição das autoridades sempre que necessário.”

A 1ª etapa

Em dezembro de 2023, a 8ª Vara Federal Criminal do Rio expediu 1 mandado de busca e apreensão na casa de Wanderley e determinou o sequestro de bens no valor de R$ 300 milhões.

A Petra Gold ficou conhecida no mercado financeiro por trabalhar com aplicações em debêntures — títulos de dívidas de empresas, de médio e longo prazos, emitidos para financiar projetos, aumentar lucros e reestruturar dívidas.

Em seu auge financeiro, o grupo investiu em cultura e em esportes. Wanderley mandou comprar um teatro no Leblon, inaugurado em junho de 2019; patrocinou os museus de Arte do Rio (MAR) e de Arte Moderna (MAM); e impulsionou a carreira de artistas e pilotos.

“A organização criminosa também patrocinou eventos com o propósito de difundir o nome do grupo”, afirmou a PF.

Mas, segundo as investigações, o grupo econômico emitia e ofertava as debêntures sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “captando centenas de milhões de reais”. Em 2021, a CVM chegou a proibir a atuação da empresa nesse tipo de investimento.

Ao comprarem esses papéis, os investidores teriam o direito de crédito sobre a companhia e receberiam remunerações a partir dos juros. A promessa era de 1,3% de rendimento ao mês.

O RJ2 já tinha mostrado que a Petra Gold era investigada pela Polícia Civil do RJ por suspeita de estelionato e organização criminosa. Segundo as denúncias, a instituição, que atua no mercado financeiro desde 2016, impediu o resgate de valores aplicados por clientes. O total retido ultrapassava R$ 3,5 milhões.

“O nome da operação, Lóris, é uma referência ao único primata venenoso, que possui aparência dócil e receptiva, ocultando o risco que o contato com ele causa”, explicou a PF.

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