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Dono de ferro-velho clandestino movimentou R$ 33,6 milhões em 4 anos, diz polícia

Isso sem que ele tenha comprovado qualquer condição para movimentar tal valor

19/06/2025 às 16h03
Por: REDAÇÃO MUNICÍPIOS EM AÇÃO Fonte: G1 Rio de Janeiro
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Reprodução
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o dono de um ferro-velho que movimentou dezenas de milhões de reais em 5 anos. Ele também é dono de um caminhão que, segundo policiais, foi usado em pelo menos cinco furtos de cabos de cobre desde 2024.

Chama a atenção dos investigadores que pelas contas bancárias de Erick Couto Cordeiro passaram R$ 33,6 milhões entre 2020 e 2024, de acordo com relatórios de inteligência financeira. Isso sem que ele tenha comprovado qualquer condição para movimentar tal valor.

Erick foi preso nesta quarta-feira (18) por receptação e crime ambiental na operação Caminhos do Cobre. Ele ainda é investigado por associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de dinheiro.

A defesa de Erick ainda não foi encontrada. Em janeiro, na 16ª DP (Barra da Tijuca), Erick relatou, segundo policiais, que não praticou furtos e que seu caminhão foi usado por outra pessoa que não sabe quem é, ao encontrar a chave na ignição do veículo.

Nesta quarta (18), a Delegacia de Roubos e Furtos, da Polícia Civil do RJ cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em recicladoras de cobre na cidade do Rio, na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos, além de endereços de sócios, operadores financeiros e estruturas paralelas de suporte logístico.

A investigação revelou a atuação de uma rede criminosa que se utiliza da estrutura formal de empresas do ramo de reciclagem para dar aparência lícita a materiais furtados, especialmente cobre e cabos subterrâneos de concessionárias de serviços públicos essenciais. Desta vez, os alvos são grandes recicladoras que movimentaram R$ 2,5 bilhões em 4 anos.

Entre os alvos da operação, o dono de um ferro-velho: Erick Couto Cordeiro. De acordo com as investigações, Erick seria proprietário de dois locais. A polícia esteve em um deles, em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade.

No local, a polícia prendeu Erick e o gerente do ferro-velho por suspeita de receptação e de crime ambiental.

O caminhão que, apesar de não estar em nome de Erick, pertence, segundo policiais, a ele. O veículo foi identificado em cinco registros de ocorrência de furtos de cabos: três deles registrados na DRF, um na 32ª DP (Jacarepaguá) e outro na 16ª DP (Barra da Tijuca).

Em 17 de outubro de 2024, o veículo foi flagrado em imagens de uma câmera de segurança durante um furto de cabos de cobre na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Pelo menos, três homens participaram da ação.

O caminhão chegou a ser apreendido, mas Erick se apresentou na delegacia como proprietário e ficou como depositário do veículo. Em janeiro deste ano, o caminhão estava em outro local de furtos de cabos. Nesta quarta, o veículo foi apreendido pela Polícia Civil.

Movimentação financeira

Relatórios de inteligência financeira analisados pela polícia mostram uma movimentação atípica nas contas bancárias de Erick Cordeiro. Em seis meses, no período entre setembro de 2020 e março de 2021, R$ 9,1 milhões passaram pelas contas do proprietário de ferro-velho.

Novas análises foram feitas entre 2023 e 2024. A primeira entre fevereiro de 2023 e 7 de agosto de 2023: R$ 10,7 milhões. Em um segundo momento, a partir de agosto de 2023 e julho de 2024 foram mais R$ 13,7 milhões.

Ao mesmo tempo, segundo a polícia, o ferro-velho não está regularizado e não possui CNPJ.

Erick já possui uma anotação criminal por furto de cabo de cobre.

 

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