23°C 34°C
Manaus, AM

Governo do RJ discute criação de secretaria para abrigar Eduardo Bolsonaro e evitar possível cassação

Proposta avaliada por Cláudio Castro prevê nomeação do deputado como secretário de Relações Internacionais; parlamentar está nos EUA e ultrapassou prazo de licença na Câmara

23/07/2025 às 18h53
Por: REDAÇÃO MUNICÍPIOS EM AÇÃO Fonte: Nekinha Prime
Compartilhe:
Foto: Adriano Machado/Reuters
Foto: Adriano Machado/Reuters

Rio de Janeiro — O Governo do Estado do Rio de Janeiro discutiu, nesta terça-feira (22), a criação de uma nova secretaria estadual com o objetivo de nomear o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo telejornal RJ2, da TV Globo.

Segundo apuração da emissora, o governador Cláudio Castro (PL) teria articulado a criação da Secretaria de Relações Internacionais do Estado, um novo cargo que permitiria ao parlamentar assumir uma função no Executivo fluminense sem perder o mandato na Câmara dos Deputados — mesmo após o término da licença de 120 dias, que se encerrou no último domingo (20).

Eduardo Bolsonaro está atualmente nos Estados Unidos, onde passou grande parte do período de afastamento. Com o fim da licença, o deputado já acumula faltas não justificadas nas sessões do Congresso, o que pode acarretar sanções e até um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.

A manobra discutida no governo estadual tem como objetivo garantir a permanência de Eduardo no cargo parlamentar, evitando questionamentos jurídicos e uma possível abertura de processo na Câmara. Como secretário estadual, ele poderia alegar estar exercendo uma função pública, o que justificaria sua ausência nas sessões legislativas.

A proposta ainda está em fase de análise e não há confirmação oficial por parte do Governo do Rio. Procurada, a assessoria do governador Cláudio Castro não respondeu aos questionamentos sobre o tema até o fechamento desta matéria.

A possível criação de uma secretaria para abrigar um aliado político também gerou críticas de opositores e de especialistas em direito administrativo, que classificam a medida como um desvio de finalidade e um possível uso indevido da estrutura pública para interesses pessoais e políticos.

O PL, partido de Eduardo Bolsonaro, ainda não se pronunciou sobre a situação do deputado e nem sobre a articulação com o governo do Rio. Já aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro veem a medida como uma forma de preservar a atuação política da família enquanto se intensificam os processos judiciais contra membros do clã Bolsonaro.

A criação de uma nova secretaria exige aprovação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o que pode representar um novo embate político no estado.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Economia
Dólar
R$ 5,41 -0,05%
Euro
R$ 6,35 +0,14%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 642,815,32 +1,13%
Ibovespa
142,640,14 pts 0%